Entre Sombras e Aurora

 
Há dias em que o peito pesa,  
como se o mundo morasse dentro.  
Silêncios que gritam sem voz,  
e lágrimas que não pedem permissão.

O coração se encolhe em cantos escuros,  
onde o tempo parece esquecer de passar.  
Mas mesmo ali, na dor mais funda,  
há raízes que começam a brotar.

Porque a esperança é teimosa,  
cresce entre rachaduras e ruínas.  
É o fio dourado que costura  
os pedaços partidos da alma.

Ela vem como brisa na madrugada,  
como o primeiro raio que toca a janela.  
E diz, sem palavras, com ternura:  
“Tu ainda és luz, mesmo na espera.”

Então, aos poucos, o peito respira,  
e o mundo já não pesa tanto assim.  
Porque dentro de cada sombra há uma aurora,  
e dentro de ti, um jardim por florir.
 

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