Há um perfume que não se explica,
vem com o vento, dança na pele.
É lilás, é lembrança antiga,
é abraço que nunca repele.
Paira no ar como segredo,
como carta que nunca se lê.
Tem cheiro de tarde serena,
de tudo o que a alma quer ser.
É flor que não grita beleza,
mas encanta só por existir.
É silêncio com cor de ternura,
é saudade a querer florir.
Quem sente o perfume dos lilases
carrega o dom de recordar.
De fazer do instante um poema,
e do tempo, um lugar pra ficar.

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